Os Sistemas Integrados (SI) têm sido identificados como uma estratégia eficiente de manejo da terra para restaurar áreas degradadas em todo o mundo, aumentando a produtividade das culturas e da carne bovina e fornecendo potencial técnico para o sequestro de carbono (C) no solo e nas árvores como uma opção para compensar o CH4 e N2O emissões da produção de gado.
O objetivo do nosso estudo é estimar o balanço de gases de efeito estufa (GEE) e a pegada C de bovinos de corte (ciclo de engorda) em três cenários contrastantes de produção na pastagem de Brachiaria no Brasil – 1) pastagem degradada (DP), 2) pastagem manejada (PM) e 3) sistema integrado lavoura-pecuária-floresta (CLFIS) – apresentando novas alternativas de uso da terra como estratégia de mitigação de GEE.
As emissões totais de GEE em escala de área foram mais altas em MP (84.541 kg de CO2E aqui−1), seguido por CLFIS (64.519 kg de CO2E aqui−1) e DP (8004 kg de CO2E aqui−1) durante um período de 10 anos. Nossos resultados observam que a maior pegada de C do gado de corte foi no DP, 18,5 kg de CO2eq por kg PV (peso vivo), seguido de 12,6 kg de CO2eq por kg PV no CLFIS e 9,4 kg de CO2eq por kg PV no MP, sem levar em conta o potencial técnico de sequestro de C em MP (C do solo) e CLFIS (solo e C Eucalipto).
Considerando o potencial de sequestro de C do solo no MP e CLFIS, a pegada de C do gado de corte poderia ser reduzida para 7,6 e −28,1 kg de CO2eq por kg PV no MP e CLFIS, respectivamente. A conversão da pastagem degradada em pastagem bem gerida e a introdução de CLFIS podem reduzir as emissões de GEE associadas em termos de kg de CO2eq emitido por kg de gado LW produzido, aumentando a produção de carne, grãos e madeira. Essa redução se deve principalmente à melhoria das pastagens e ao aumento da produtividade do gado e ao fornecimento de potencial técnico para sumidouros de C no solo e na biomassa para compensar as emissões relacionadas ao gado.